A Organização Mundial da Saúde (OMS) está atualmente em um intenso debate sobre se o Mpox, anteriormente conhecido como Monkeypox, deve ser reinstaurado como uma emergência global de saúde. Esse assunto emergiu com força depois que, em julho de 2022, a OMS declarou o surto uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (PHEIC). Naquela ocasião, a rápida disseminação do Mpox para mais de 75 países e o alto risco, principalmente para a região europeia, motivaram a decisão.
Tedros Adhanom Gebreyesus, Diretor-Geral da OMS, foi a figura de destaque ao declarar a emergência, reconhecendo a gravidade da situação devido à velocidade com que o vírus estava se espalhando. Contudo, o Comitê de Emergências da OMS, responsável por assessorar sobre tais declarações, não conseguiu chegar a um consenso sobre a necessidade de manter ou não essa classificação.
Entendendo o Problema
O Mpox, que causou preocupação global, é um vírus que afeta principalmente roedores e primatas, mas pode ser transmitido a humanos. Os sintomas incluem febre, erupções cutâneas e inchaço dos nódulos linfáticos, o que pode levar a complicações graves, especialmente em indivíduos com sistemas imunológicos comprometidos ou outras condições de saúde subjacentes.
Durante o auge do surto, a OMS enfatizou a necessidade de uma resposta coordenada em nível global para conter a propagação do vírus. As medidas sugeridas incluíam aumentar a conscientização pública, intensificar a vigilância e implementar medidas de saúde pública adequadas. Paralelamente, a organização apontou a importância crucial de proteger grupos vulneráveis e combater o estigma e a discriminação associados à doença.
Ações e Recomendações
A OMS recomenda que os países se engajem com as comunidades afetadas e reforcem a gestão clínica dos casos de Mpox. Além disso, há um chamado para acelerar a pesquisa e o desenvolvimento de vacinas e terapias eficazes contra a doença. Isso é particularmente importante para garantir que os avanços científicos possam traduzir-se em soluções práticas e aplicáveis em todo o mundo.
Medidas Temporárias
Em suas recomendações temporárias, a OMS sugere passos concretos que os diferentes Estados Partes devem seguir. Isso inclui melhorar a prontidão e vigilância epidemiológica, e adotar medidas para prevenir a estigmatização dos afetados. Esses passos são fundamentais para construir uma resposta que não apenas controle a disseminação do vírus, mas também proteja os direitos humanos e a dignidade das pessoas envolvidas.
Por exemplo, campanhas de informação e educação podem ser essenciais para esclarecer o público sobre os modos de transmissão do Mpox, visando dissipar mitos e medos infundados. Além disso, esforços para melhorar o acesso a cuidados médicos especializados para pessoas infectadas são vitais para reduzir os impactos da doença.
Desafios e Perspectivas
Encerrar a declaração de PHEIC pode apresentar desafios significativos na prevenção da doença. Sem a pressão e o foco internacional fomentados por tal classificação, há o risco de uma diminuição na vigilância e nas iniciativas de saúde pública essenciais. No entanto, um enfoque de tomada de decisão em camadas, sugerido pela OMS, poderia proporcionar uma resposta mais equilibrada e adequada às diferentes realidades dos países afetados.
No âmbito das perspectivas, é evidente que a colaboração entre autoridades de saúde, instituições de pesquisa e organizações internacionais continua sendo essencial. A gestão eficaz do surto de Mpox requer um esforço contínuo e coordenado, uma vez que o vírus não respeita fronteiras geográficas e pode facilmente se propagar se a vigilância for enfraquecida.
Em conclusão, a decisão sobre se o Mpox deve ou não ser considerado uma emergência global de saúde novamente envolve várias nuances e ponderações. A necessidade de esforços contínuos de preparação e colaboração global é inegável, assim como a importância de proteger as populações mais vulneráveis e garantir uma resposta médica e social adequada.
Os desafios são muitos, mas com uma estratégia bem definida e a cooperação global, é possível controlar a disseminação do Mpox e minimizar os impactos negativos na saúde pública.
Feliipe Leal
agosto 11, 2024 AT 18:34Essa história do Mpox tá mais pra política do que saúde pública. A OMS sempre põe tudo em emergência quando tem pressão midiática, mas depois some quando o assunto esfria. Se fosse um vírus que atingisse comunidades rurais ou favelas, ninguém daria bola. Só quando começa a afetar branquinhos de classe média em São Paulo que vira notícia de capa.
Isso aqui é estigma disfarçado de ciência.
Liliane Galley
agosto 13, 2024 AT 07:58Eu acho que a gente precisa parar de olhar só pro vírus e começar a olhar pro sistema que falha antes dele chegar. A gente tem hospitais públicos sem remédio básico, mas consegue montar campanhas de vacinação em 3 dias quando tem pânico. O Mpox é só o sintoma de um sistema que ignora saúde até virar crise.
Se investisse igual em prevenção todo ano, não precisaria de emergência.
Ana Dulce Meneses
agosto 14, 2024 AT 06:44Se a OMS não declarar emergência, o governo vai achar que não precisa fazer nada. E aí vai ter mais mortes em comunidades negras, trans, e de baixa renda porque ninguém vai se preocupar. A emergência não é sobre o vírus, é sobre quem tem acesso a cuidado.
É só um nome, mas ele libera verba, equipamentos, e atenção. E isso salva vidas. Não se trata de pânico, trata de justiça.
Se você acha que isso é exagero, vá ver o que acontece num posto de saúde do Nordeste quando falta antiviral.
Eu já vi. Não é teoria. É realidade.
Luana Oliveira
agosto 16, 2024 AT 06:10Transmissão zoonótica, clade IIb, R0 estimado em 0.8–1.2, contágio por contato cutâneo-mucoso, incubação 5–21 dias. A OMS está subestimando a dinâmica epidemiológica. Sem sequenciamento genômico em tempo real, qualquer relaxamento é um risco de mutação acelerada. A vigilância genômica é o único indicador confiável. Sem isso, é só esperar o próximo surto.
Juliane Chiarle
agosto 16, 2024 AT 07:35A emergência global é um espelho da nossa ansiedade coletiva. Não é sobre o vírus. É sobre o medo de perder controle. A humanidade vive em pânico de epidemias porque, no fundo, sabe que não tem estrutura pra lidar com qualquer coisa que ameace a ordem. A ciência é só a desculpa para não enfrentar a verdade: somos frágeis, desiguais, e desorganizados.
Declaramos emergência porque não sabemos viver com risco. E isso é triste. Muito triste.
Marcia Garcia
agosto 17, 2024 AT 05:00olha, eu fiquei bem triste com isso… tipo, eu tenho um amigo que teve mpox e ninguém ajudou ele direito, o hospital demorou 3 dias pra fazer o teste, e ele ficou com medo de falar porque todo mundo tava julgando. e agora a oms ta pensando em tirar a emergencia? mas e a gente? e os que ainda sofrem? 🥺
nao é só um virus, é gente. e gente precisa de cuidado, nao de politica.
Belinda Souza
agosto 17, 2024 AT 05:44Se a OMS tirar a emergência, é porque o capital decidiu que já não vale a pena cuidar. 😒
Enquanto vacinas ficam paradas em armazéns da Europa, crianças no Congo morrem com febre e bolhas. Isso não é ciência. É racismo disfarçado de burocracia. 🤦♀️
Quem tem dinheiro, tem vacina. Quem não tem, tem sorte. #MpoxIsNotJustAVirus