O comediante e influenciador brasileiro Nego Di e sua esposa, Gabriela Sousa, estão sendo investigados por suposta lavagem de cerca de R$ 2 milhões através de rifas online. A operação teve como resultado a prisão de Gabriela e a apreensão de veículos de luxo do casal. A defesa alega que todos os prêmios foram entregues e os impostos pagos devidamente.
MaisLavagem de Dinheiro: entenda o que é e como combater
Quando a gente ouve "lavagem de dinheiro" logo pensa em grandes esquemas de crime, mas o jeito que funciona pode estar bem ao lado do seu bolso. Em termos simples, lavar dinheiro é transformar recursos obtidos de forma ilícita em dinheiro que parece ter origem legal. O objetivo é esconder a fonte real para que a polícia não consiga rastrear. Por isso, saber como o processo acontece ajuda a reconhecer sinais e a não ser cúmplice sem querer.
Como a lavagem ocorre
O esquema costuma ter três etapas: colocação, estratificação e integração. Primeiro, o criminoso coloca o dinheiro sujo no sistema – pode ser comprando mercadorias, pagando contas ou até investindo em empreendimentos falsos. Depois vem a estratificação, que é basicamente “esconder o rastro”. Ele move o valor por várias contas, faz transferências internacionais, compra ativos como imóveis ou obras de arte. Cada movimento cria uma camada que dificulta a investigação.
Por fim, a integração. É quando o dinheiro volta ao circulo como se fosse limpo, usado para comprar carros, fazer viagens ou investir em negócios reais. Essa fase costuma envolver pessoas de fachada, como contadores ou advogados, que dão uma aparência de legitimidade.
Como identificar e denunciar
Você pode perceber indícios no dia a dia, principalmente se lida com finanças, compras de alto valor ou presta serviços a empresas. Alguns sinais comuns são: transações muito acima do perfil do cliente, pagamentos em dinheiro sem justificativa, contratos vagos ou empreses que mudam de nome com frequência. Se você notar contas que recebem valores estranhos de origem desconhecida, vale ficar alerta.
Ao suspeitar, a atitude mais segura é comunicar a autoridade competente – a Polícia Federal, a Receita Federal ou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Eles têm canais de denúncia que preservam o anonimato. Levar documentos, prints de conversas ou extratos pode acelerar a investigação.É importante destacar que a lei brasileira trata a lavagem de dinheiro como crime grave, com penas que podem chegar a 12 anos de prisão e multa. Além disso, empresas que não adotam programas de compliance correm risco de perder licenças e enfrentar multas milionárias.
Prevenção começa dentro da própria empresa. Ter políticas claras, treinamentos regulares e um canal interno de denúncias ajuda a criar uma cultura de transparência. Ferramentas de monitoramento de transações também são essenciais – elas apontam para padrões suspeitos antes que o crime se consolide.
Se você é cidadão comum, a dica mais prática é ficar atento ao que gasta e de onde vem. Evite fechar contas em nome de terceiros sem a devida documentação e desconfie de promessas de investimento que garantem retorno rápido e alto. Essa cautela protege não só você, mas todo o sistema financeiro.
Em resumo, lavagem de dinheiro é um ciclo de esconder e legitimar recursos ilícitos. Conhecer as etapas, observar sinais e denunciar são as melhores armas que temos. A sua participação faz diferença: quanto mais gente entender o processo, mais difícil fica para os criminosos usarem o sistema a seu favor.