O feriado de 9 de julho em São Paulo celebra a Revolução Constitucionalista de 1932. Esse movimento armado liderado por tropas paulistas contra o governo de Getúlio Vargas buscava estabelecer uma nova Constituição após o golpe de 1930 que tirou a oligarquia paulista do poder. A data foi oficializada pelo Governo do Estado de São Paulo em 1997.
MaisGetúlio Vargas – quem foi e por que ainda importa
Se você já ouviu alguém falar de "Era Vargas" ou de "política trabalhista" no Brasil, provavelmente o nome Getúlio Vargas saiu na conversa. Mas quem foi esse cara e por que seu nome ainda aparece nos debates políticos? Vamos entender de forma simples e direta.
Da ascensão ao poder
Getúlio nasceu em 1882, num sítio no Rio Grande do Sul. Começou como advogado e, depois, entrou na política regional. Em 1930, com a Revolução de 1930, ele deu um salto: derrubou o presidente Washington Luís e assumiu como chefe do Governo Provisório. Não demorou muito para se tornar presidente, inicialmente de forma não eleita.
Em 1934, chegou a ser eleito por voto indireto. A partir daí começou a moldar o que hoje chamamos de "Estado Novo" (1937‑1945). Ele fechou o Congresso, suspendeu a Constituição e governou como ditador, mas ao mesmo tempo criou leis trabalhistas que ainda são a base da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Depois da Segunda Guerra Mundial, Vargas foi forçado a deixar o cargo. Mesmo assim, manteve grande popularidade. Em 1950, decidiu concorrer novamente, dessa vez pelo voto direto, e venceu. Seu segundo mandato ficou marcado por projetos como a criação da Petrobras e a expansão da indústria nacional.
O legado na política e na economia
Getúlio Vargas mudou o Brasil de duas maneiras principais: fortalecendo o Estado e aproximando o trabalhador ao governo. As leis de salário mínimo, férias remuneradas e seguro‑desemprego nasceram nesse período. Por isso, muitos trabalhadores ainda veem Vargas como o "pai dos pobres".
Na economia, ele impulsionou a industrialização ao criar empresas estatais (Petrobras, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico – BNDES, entre outras). Isso ajudou o país a sair de uma economia agrícola e a começar a produzir bens de consumo e infraestrutura.
Mas nem tudo foi positivo. O autoritarismo, a censura e a perseguição política marcaram seu governo. Seu suicídio em 1954, ao enfrentar uma crise política intensa, gerou um choque nacional e acabou transformando sua imagem em mito.
Hoje, o nome Getúlio Vargas aparece em discussões sobre reforma trabalhista, nacionalismo econômico e o papel do Estado na sociedade. Ele é lembrado tanto como visionário quanto como ditador, e essa dualidade faz dele um dos personagens mais estudados da história brasileira.
Se você ainda tem dúvidas sobre como as políticas de Vargas influenciam o Brasil atual, pense nas leis que garantem férias, 13º salário e FGTS. Elas nasceram na década de 1930 e ainda regem a relação entre patrões e empregados. Na economia, a ideia de empresas controladas pelo governo ainda ecoa em debates sobre nacionalização de setores estratégicos.
Em resumo, Getúlio Vargas foi um político que soube unir força autoritária e avanços sociais. Seu legado está presente no cotidiano dos trabalhadores, nas indústrias que ele ajudou a criar e nas polarizações políticas que ainda vemos. Entender sua história ajuda a compreender muito do que acontece hoje no Brasil.