O Clássico dos Gigantes teve o sabor de uma final antecipada. Na noite de domingo, 14 de dezembro de 2025, às 20h30, o Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, virou um caldeirão de paixão carioca quando o Fluminense F.C. enfrentou o Club de Regatas Vasco da Gama no segundo jogo da semifinal da Copa Betano do Brasil 2025Rio de Janeiro. O jogo, transmitido ao vivo por SporTV, Premiere e Amazon Prime Video, decidiu quem enfrentaria o vencedor da outra semifinal na grande final — e quem levaria a vaga direta para a Copa Libertadores da América 2026. O Vasco chegava com vantagem: venceu por 2 a 1 no primeiro jogo, no Estádio São Januário. Mas o Fluminense entrou em campo com fome de revanche. E o público? Não precisou de palavras. Apenas gritos.

Um jogo de pressão extrema

Se o Vasco precisava apenas de um empate para ir à final, o Fluminense tinha que vencer por dois gols de diferença — ou vencer por um e levar para os pênaltis. Nenhuma equipe jogou com tranquilidade. O primeiro tempo foi um equilíbrio tenso, quase paralisado pelo peso da situação. Cada desarme, cada passe errado, parecia carregar o destino de milhares de torcedores. O Vasco, com Philippe Coutinho comandando o meio-campo, tentava controlar o ritmo, enquanto o Fluminense, com Lucho Acosta e Sebastián Canobbio buscando espaços pelas laterais, tentava romper a linha defensiva.

Na 37ª minute, o gol que mudou tudo. Kevin Serna, ponta esquerda do Fluminense, recebeu passe de Lucho Acosta, cortou para dentro e bateu forte, no ângulo. 1 a 0. O Maracanã explodiu. Mas a vantagem era ilusória: o placar agregado ainda favorecia o Vasco, 2 a 2. E o tempo corria. Aos 42, Rayan, centroavante do Vasco, aproveitou um erro de marcação e empatou a partida. 1 a 1 no jogo, 3 a 2 no agregado. O silêncio no estádio foi mais pesado que qualquer grito.

Escalações: veteranos e jovens em campo

O técnico do Fluminense, Luis Zubeldia, apostou na experiência. O capitão Thiago Emiliano da Silva, 40 anos, líder da seleção brasileira em Copas, marcou presença com autoridade. O goleiro Fábio Alves Ferreira, de 42 anos, foi o herói da noite: fez três defesas incríveis, incluindo uma de pé esquerdo no segundo tempo, quando Philippe Coutinho cobrou falta da entrada da área. Mas a equipe sofreu com a ausência de Germán Cano e Manoel Messias, lesionados. Sem o artilheiro, o Fluminense perdeu força no último terço.

Já o Vasco, sob o comando de Fernando Diniz, montou um time de equilíbrio e velocidade. Carlos Cuesta e Robert Renan formaram uma dupla de zaga sólida, e o jovem Cauan Lucas, de apenas 19 anos, surpreendeu com precisão nos passes longos. Mas o time sofreu com a suspensão de Lucas Piton e Germán Vegetti, além das lesões de Adson e Jair. A falta de profundidade no ataque foi sentida — especialmente quando Rayan ficou isolado.

A emoção nas redes sociais

Às 19h30, o Fluminense postou no Twitter: "O #TimeDeGuerreiros está escalado para a partida contra o Vasco. VAMOS VIRAR, NENSE!". O Vasco respondeu com um post mais contido, mas igualmente intenso: "O VASCO DA GAMA ESTÁ ESCALADO PARA O CLÁSSICO DESTA SEMIFINAL DA COPA DO BRASIL! 💢#fluxVAS#EscalaçãoVasco#VascoDaGama". Os comentários nos dois perfis se transformaram em batalhas de memes, vídeos e hinos. Milhares de torcedores, mesmo sem ingresso, se reuniram nas ruas ao redor do Maracanã, com bandeiras, fogos e cantos que ecoaram até a Lagoa Rodrigo de Freitas.

O que está em jogo: mais que uma final

A vaga na final da Copa Betano do Brasil 2025Rio de Janeiro não é apenas um troféu. É a porta de entrada para a Confederação Sul-Americana de Futebol — a CONMEBOL. O vencedor garante lugar direto na fase de grupos da Copa Libertadores da América 2026, um prêmio que pode mudar o futuro financeiro do clube. Para o Vasco, que não disputa a Libertadores desde 2019, é uma chance de retomar sua tradição continental. Para o Fluminense, que esteve na final em 2023, é a chance de se consolidar como um dos grandes do cenário nacional.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), com sede no Rio, já anunciou que a final será disputada em dois jogos, com o primeiro em 21 de dezembro e o retorno em 24 de dezembro. O local ainda não foi divulgado, mas o Maracanã é favorito — mesmo que não seja da equipe vencedora.

O que aconteceu após o apito final?

O jogo terminou 1 a 1. O placar agregado? 3 a 3. A decisão foi para os pênaltis. E aqui, o drama chegou ao ápice. O Vasco converteu os quatro primeiros cobranças: Rayan, Philippe Coutinho, Thiago Mendes e Carlos Cuesta. O Fluminense perdeu duas: Nonato, pendurado desde o primeiro jogo, errou o primeiro. Lucho Acosta, o líder técnico, também desperdiçou. Só Kevin Serna acertou. O último cobrador vascaíno, Puma Rodríguez, calou o Maracanã com um gol de canhota. Vasco 4 a 1 nos pênaltis. O time cruzmaltino avançou à final. O Fluminense, com a cabeça erguida, mas o coração partido, saiu de campo com aplausos da torcida adversária — um gesto raro, mas merecido.

Após o jogo, Luis Zubeldia disse: "Perdemos, mas não nos derrotamos. Estamos de cabeça erguida. Este time tem coração." Já Fernando Diniz, com os olhos marejados, apenas agradeceu: "Este clube merece. E este povo... este povo é o nosso motor."