
Roland Garros 2025: um confronto para virar a página do tênis
O relógio já mostrava mais de cinco horas de jogo e a energia da quadra Philippe Chatrier não dava sinal de queda. Em 2025, o Roland Garros teve um final de tirar o fôlego – os nomes eram Carlos Alcaraz e Jannik Sinner. O espanhol lutou, caiu, se levantou e venceu o italiano: 4-6, 6-7(4), 6-4, 7-6(3), 7-6(10-2) depois de 5h29. Foi a partida mais longa da história de uma final do torneio. Mas mais que números, esse duelo escancarou um novo jeito de se fazer história no tênis, longe dos antigos monstros Nadal, Federer e Djokovic, o famoso "Big 3".
O começo parecia desenhado para Sinner. O italiano, jogando firme na base, mandava bolas milimétricas nas linhas, empilhava winners e quase não dava chances. Dois sets a zero em um piscar de olhos, forçando Alcaraz ao limite físico e mental. O espanhol mostrou uma faceta já conhecida: nunca se entrega. No quarto set, chegou a encarar três match points contra, olhando para o abismo. Mas com agressividade na devolução e muita cabeça, virou o jogo. Quando mais preciso deveria ser, cresceu: um saque potente, curtinhas que faziam Sinner sair da zona de conforto, e golpes de backhand que mudavam totalmente o ritmo do jogo.
- Primeira final de Grand Slam entre dois atletas nascidos nos anos 2000
- Alcaraz salva três match points no quarto set
- Recorde de 5h29 na final de Roland Garros
- Sinner, primeiro italiano a disputar uma decisão em Paris

O legado do Big 3 e a nova soberania de Alcaraz e Sinner
Roland Garros sempre foi terra de Rafael Nadal, mas 2025 decidiu mostrar que a fila andou. Nomes como Thiem, Medvedev e Tsitsipas já rondaram finais, mas Alcaraz e Sinner conseguiram algo raro: tornaram-se os protagonistas absolutos. Só para ter ideia, juntos, eles já somam seis conquistas seguidas de Grand Slam – um número assustador se pensarmos em toda a competitividade do circuito.
Mesmo cometendo sete duplas faltas, Alcaraz soube ser dominante nos pontos que realmente importavam. Ganhou 63% dos pontos em seu primeiro serviço, aliviando a pressão quando mais precisava. Sinner, com números bons, mas não brilhantes, viu seu momento escapar nas trocas mais longas e nas variações criadas pelo rival. A sensação era de um jogo de xadrez em velocidade máxima – às vezes, pura potência; em outros momentos, muita sutileza e ângulos inesperados.
Esse Roland Garros quebrou a distância entre passado e presente. Pela primeira vez, Alcaraz e Sinner mostraram que a tinta fresca já cobre por completo a velha pintura do tênis masculino. A era das lendas ficou para trás, dando espaço ao duelo de dois jovens que já entenderam como dominar a pressão dos grandes palcos. Se alguém ainda duvidava, a maratona parisiense tratou de confirmar: a nova dinastia chegou para ficar.