
Geena Davis transforma dinâmica em GLOW ao dar vida a ex-showgirl
Tem quem diga que série boa é aquela que consegue se reinventar a cada temporada sem perder a essência. Em 2019, a terceira temporada de GLOW jogou exatamente nesse time, especialmente com a chegada de Geena Davis ao elenco. Conhecida por papéis icônicos e engajada em falar sobre desigualdade entre mulheres e homens em Hollywood, ela encarnou Sandy Devereaux St. Clair, ex-showgirl que virou diretora de entretenimento do Fan-Tan Hotel and Casino, em Las Vegas. Não dá pra ignorar o impacto dessa personagem, principalmente ao lidar com temas como etarismo e padrões de beleza.
Diferente das temporadas anteriores, o ringue de luta livre cedeu espaço para os bastidores cheios de luzes, plumas e ego. Sandy funciona quase como uma mentora para Debbie (Betty Gilpin). Ao invés de concentrar só nas lutas, GLOW aprofunda as dores e as alegrias de mulheres que tentam se equilibrar entre perder ou reinventar seus sonhos. Ruth (Alison Brie), por exemplo, encara problemas no amor e conflitos pessoais, enquanto Debbie se destaca como produtora, mas vive angustiada pela distância do filho.
Nudez, representatividade e novos rumos nas histórias
A temporada ficou marcada também pelo aumento das cenas de nudez. Geena Davis, Alison Brie, Betty Gilpin, Jackie Tohn e Kate Nash apareceram topless em sequências que fogem do clichê sexualizado, apostando numa abordagem dita por críticos como respeitosa e até inspiradora. Isso levantou conversas entre fãs sobre aceitação corporal e a pressão sobre aparências, especialmente quando envolvem mulheres com mais de 40 anos.
O público comprou a ideia. Muita gente elogiou a postura da série ao juntar mulheres diversas em idade e corpo, e ainda dar protagonismo para uma personagem madura que toma decisões, tem autonomia e mente afiada. Geena Davis, aliás, trouxe muito da sua voz ativista para Sandy, deixando claro que o tempo passa, mas talento e beleza não expiram depois dos 30.
No roteiro, além das protagonistas, outros personagens ganharam camadas interessantes. Bash (Chris Lowell) percebe a própria sexualidade ao se envolver com um drag queen. Arhtie (Sunita Mani) e Yolanda (Shakira Barrera) vivem um romance cheio de nuances, nada de clichês.
No fim das contas, GLOW reforça que, além do brilho dos holofotes e das lutas teatrais, as verdadeiras batalhas são pessoais: superar preconceito, buscar pertencimento e encontrar força no meio da vulnerabilidade. Com Geena Davis, a série pisou ainda mais forte nesse território, provando que ainda há muito o que mostrar sobre mulheres reais e plurais no entretenimento.